sexta-feira, 9 de maio de 2014

GUELRA Cristina Mendanha

Interessa-me pensar no que não se vê quando se olha. Pensar na capacidade de percepção de um olhar (do meu, pelo menos!). Qualquer coisa que construo entre a retina e o objecto. Entre a íris e o equador. Entre o mar e o infinito. Como um segredo. 
A ontogénese repete a filogénese. Isto é: o desenvolvimento da humanidade é como que repetido no desenvolvimento de cada ser.


"O que faz com que durante o desenvolvimento embrionário sejamos brevemente peixes e pássaros. Oculta nesse curto período de guelras vivenciamos uma capacidade de percepção e transfiguração extraordinária. De olhar o mundo como um todo orientado. Múltiplo e sincronisticamente interligado. Recuperar essa musicalidade anterior à infância é o ponto de partida para a circularidade simbólica e poética desta viagem.  Um segredo inscrito a quatro letras. Desde sempre." (Guelra, João Catalão- 2012)